segunda-feira, 11 de maio de 2009

Onde Deus faz "sentir" Sua divina presença?

Abrimos uma porta e entramos. O ruído cacofônico da frenética cidade moderna ficou lá fora. Um silêncio nos abraça, fazemos uma genuflexão num chão de lápides gastas pelos fiéis que vêm repetindo este pequeno ritual durante séculos.
Nossa mão desliza em busca da água benta numa pia de mármore. Andamos calmamente e ouvimos nossos passos produzindo discretos ecos enquanto, instintivamente, por um reflexo imposto pelo ambiente, nosso olhar se ergue para buscar no enorme pé direito, um ponto de apoio que simbolize a Deus Nosso Senhor.
E não é frustrado: lá está o vitral, tão rico em luzes que faz imaginar transfiguração de Cristo Nosso Senhor no monte Tabor. Parece um imenso tapete persa de cristal vivificado pelo sol. Meu Deus! Como sois Bom, Verdadeiro e Belo! Após a alma liberar o corpo subjugado pela contemplação, buscamos um banco onde possamos, o quanto antes, nos ajoelhar; posição natural de quem está em presença de tamanha grandeza.
Senti mo-nos então filhos de Deus, criados por Ele, remidos por Ele, objetos de um amor infinito. Pequeníssimos, recorremos a Nossa Senhora que interceda por nós e começamos nosso colóquio interior com o Nosso Deus adorado, a quem amamos sobre todas as coisas, a quem desejamos servir com todas as veras de nossa alma, para depois estar com Ele por toda a eternidade.
Neste momento, começamos a desfiar nossas angústias, nossas aflições, nossas lutas e tantas outras coisas, certos de que estamos sendo ouvidos e de que não estamos pedindo em vão.
Ora atendidos, ora não atendidos – isso depende dos desígnios do Criador -, sempre saímos da igreja com a alma engrandecida, posta em condições de enfrentar as provações e mais próxima de Deus. É este o ambiente que contemplamos nessas estupendas fotos de catedrais medievais.
Porém, ó tristeza, como tudo acontece em sentido contrário ao considerarmos as fotos que seguem. Dói-me dizê-lo que são da nova Basílica de Fátima. Não pretendo julgar a intenção do projetista nem dos responsáveis pela sua edificação. Mas, a realidade mostra que a sua ação sobre os espíritos é totalmente desprovida das características sobrenaturais das catedrais medievais. Veja o leitor a compare. Onde há a marca autêntica do espírito da Santa Igreja?