sábado, 8 de julho de 2017

Não pedir perdão a Deus impede a conversão

Num certo sentido este é o mês mais importante do rol das aparições de Nossa Senhora em Fátima, pois é o mês no qual Ela ditou o SEGREDO de FÁTIMA, fulcro da Mensagem de Fátima.
     Muitos mistérios envolvem ainda hoje a Mensagem de Fátima, sobretudo na parte referente ao Segredo, conforme tentarei mostrar.
     Quando a Irmã Lúcia escreveu em 1944 a terceira parte do Segredo, por ordem de Nossa Senhora anotou no exterior do envelope que este só poderia ser aberto em 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria.
     Porém, no ano de 1957, o Vaticano pediu o envelope, de onde não se tem notícia que tenha saído.
     Evidentemente, o Vaticano teria o direito de pedir tal envelope, mas se Nossa Senhora, Ela mesma, mandou escrever que o mesmo deveria ser aberto pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria, por que o mesmo foi pedido três anos antes?
     Além disso, é um fato histórico que o chamado terceiro Segredo não foi publicado a não ser no ano 2000, e mesmo assim sob uma forma que guarda mistérios não inteiramente esclarecidos.
     Quando Nossa Senhora pediu para os Pastorinhos guardarem o Segredo não o fez por superficialidade, nem muito menos por brincadeira. Tanto é verdade que o fato contribuiu para gerar, em torno do Segredo, uma expectativa enorme por parte dos católicos de todo o mundo.
     É evidente que a revelação de tal Segredo, se tivesse sido conduzida de forma zelosa e realmente apostólica, seria de molde a provocar uma grande reação nas almas. Reação essa que só poderia ser no sentido de uma conversão.
     Ora, a revelação foi feita e o efeito foi praticamente nulo nas almas. Basta sair às ruas e ver a imoralidade das modas, o desbragado das indumentárias e a loucura estabelecida como normalidade.
     Assim, uma Mensagem que teria sido uma alavanca extraordinária para soerguer as almas foi completamente neutralizada.
     Imaginemos que a revelação do Segredo tivesse sido acompanhada de uma grande ameaça por causa dos pecados reinantes: teria sido talvez a única maneira de despertar muitas almas do letargo. Mas não foi assim.
Há anos que, com raras e beneméritas exceções, tanto em Fátima quanto nos ambientes religiosos em geral se dogmatiza erroneamente que Deus não castiga ninguém, que Deus perdoa tudo e a todos. Esse procedimento incute nas almas uma convicção de que não devem temer nenhuma punição, que os Mandamentos são uma mera lista de normas sem importância e que rompê-los não determina nenhuma consequência.
Ora, afirmar isto, além de ser frontalmente contrário à doutrina católica, evita que as pessoas, movidas pelo temor de Deus, o qual as Sagradas Escrituras dizem que é o início da sabedoria, se convertam, especialmente antes de morrer. Portanto, tal procedimento compromete terrivelmente a salvação das almas. Explico-me com um exemplo.

Não é de hoje que temos assistido uma seguidilha de catástrofes, tragédias, doenças etc. E nunca aparece uma menção que é preciso nos convertermos, voltar a praticar os Mandamentos, frequentar os Sacramentos corretamente, mudar de vida... A única conversão que certos eclesiásticos apregoam é a do abandono das riquezas, as quais devem ser "compartilhadas" para fazer o socialismo e o comunismo.
Quase não se ouve um sermão que ataque a imoralidade. Muito menos um sermão que ataque a dessacralização. A maior parte das missas estão transformadas num vale-tudo. Recentemente li a reportagem de um Padre que promoveu em sua paróquia concurso de miss. E posa entre as candidatas seminuas na maior sem-vergonhice. Soube também de casos de bispos que frequentam termas de banhos públicos. E houve até o fato de um sacerdote que celebrou missa numa praia, estendendo para isso, diretamente sobre a areia, uma toalha.
Enquanto tais eclesiásticos ficam inteiramente impunes, vemos uma meticulosa investida contra os sacerdotes que desejam celebrar o Rito Extraordinário da Missa. Por que?
Quando acontece uma catástrofe espantosa como os terríveis incêndios que se deram em Portugal, exatamente no Centenário das tão mal comemoradas aparições, somos informados de pessoas, famílias, anciãos, devorados e carbonizados pelas chamas. Mas nesse noticiário não aparece, pelo menos nas notícias que vi, qualquer referência a um pedido de perdão a Deus, a Nossa Senhora, uma promessa de emenda, nada.
O fato de terem ouvido que "Deus não castiga", está na raiz dessa maneira naturalista de ver aqueles  trágicos acontecimentos. Quem responderá por isso diante de Deus?

Quanto a nós, devemos manter a esperança em Nossa Senhora e ter a certeza de seu triunfo. Isto é que nos move a lutar sem trégua, sem descanso, sem afrouxamento para esse triunfo.