Num certo sentido este é o mês mais
importante do rol das aparições de Nossa Senhora em Fátima, pois é o mês no qual Ela ditou o SEGREDO de
FÁTIMA, fulcro da Mensagem de Fátima.
Muitos
mistérios envolvem ainda hoje a Mensagem de Fátima, sobretudo na parte referente
ao Segredo, conforme tentarei mostrar.
Quando
a Irmã Lúcia escreveu em 1944 a terceira parte do Segredo, por ordem de Nossa
Senhora anotou no exterior do envelope que este só poderia ser aberto em
1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria.
Porém,
no ano de 1957, o Vaticano pediu o envelope, de onde não se tem notícia que
tenha saído.
Evidentemente,
o Vaticano teria o direito de pedir tal envelope, mas se Nossa Senhora, Ela mesma, mandou escrever que o mesmo deveria
ser aberto pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria, por que o mesmo
foi pedido três anos antes?
Além
disso, é um fato histórico que o chamado terceiro Segredo não foi publicado a
não ser no ano 2000, e mesmo assim sob uma forma que guarda mistérios não
inteiramente esclarecidos.
Quando
Nossa Senhora pediu para os Pastorinhos guardarem o Segredo não o fez por
superficialidade, nem muito menos por brincadeira. Tanto é verdade que o
fato contribuiu para gerar, em torno do Segredo, uma expectativa enorme por
parte dos católicos de todo o mundo.
É evidente que a revelação de tal Segredo,
se tivesse sido conduzida de forma zelosa e realmente apostólica, seria de
molde a provocar uma grande reação nas almas. Reação essa que só poderia ser no
sentido de uma conversão.
Ora,
a revelação foi feita e o efeito foi praticamente nulo nas almas. Basta sair às
ruas e ver a imoralidade das modas, o desbragado das indumentárias e a loucura
estabelecida como normalidade.
Assim,
uma Mensagem que teria sido uma alavanca extraordinária para soerguer as
almas foi completamente neutralizada.
Imaginemos
que a revelação do Segredo tivesse sido acompanhada de uma grande ameaça por
causa dos pecados reinantes: teria sido talvez a única maneira de despertar
muitas almas do letargo. Mas não foi assim.
Há anos que, com raras e beneméritas
exceções, tanto em Fátima quanto nos ambientes religiosos em geral se dogmatiza
erroneamente que Deus não castiga ninguém, que Deus perdoa tudo e a todos. Esse procedimento incute nas almas uma convicção
de que não devem temer nenhuma punição, que os Mandamentos são uma mera lista
de normas sem importância e que rompê-los não determina nenhuma consequência.
Ora, afirmar isto, além de ser
frontalmente contrário à doutrina católica, evita que as pessoas, movidas
pelo temor de Deus, o qual as Sagradas Escrituras dizem que é o início da
sabedoria, se convertam, especialmente antes de morrer. Portanto, tal
procedimento compromete terrivelmente a salvação das almas. Explico-me com um
exemplo.
Não é de hoje que temos assistido uma
seguidilha de catástrofes, tragédias, doenças etc. E nunca aparece uma menção
que é preciso nos convertermos, voltar a praticar os Mandamentos, frequentar os
Sacramentos corretamente, mudar de vida... A única conversão que certos
eclesiásticos apregoam é a do abandono das riquezas, as quais devem ser
"compartilhadas" para fazer o socialismo e o comunismo.
Quase não se ouve um sermão que
ataque a imoralidade. Muito menos um sermão que ataque a dessacralização. A
maior parte das missas estão transformadas num vale-tudo. Recentemente li a
reportagem de um Padre que promoveu em sua paróquia concurso de miss. E posa
entre as candidatas seminuas na maior sem-vergonhice. Soube também de casos de
bispos que frequentam termas de banhos públicos. E houve até o fato de um
sacerdote que celebrou missa numa praia, estendendo para isso, diretamente
sobre a areia, uma toalha.
Enquanto tais eclesiásticos ficam inteiramente impunes, vemos uma
meticulosa investida contra os sacerdotes que desejam celebrar o Rito
Extraordinário da Missa. Por que?
Quando acontece uma catástrofe
espantosa como os terríveis incêndios que se deram em Portugal, exatamente no
Centenário das tão mal comemoradas aparições, somos informados de pessoas,
famílias, anciãos, devorados e carbonizados pelas chamas. Mas nesse
noticiário não aparece, pelo menos nas notícias que vi, qualquer referência a
um pedido de perdão a Deus, a Nossa Senhora, uma promessa de emenda, nada.
O fato de terem ouvido que "Deus não castiga", está na raiz
dessa maneira naturalista de ver aqueles
trágicos acontecimentos. Quem responderá por isso diante de Deus?
Quanto a nós, devemos manter a
esperança em Nossa Senhora e ter a certeza de seu triunfo. Isto é que nos move
a lutar sem trégua, sem descanso, sem afrouxamento para esse triunfo.
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