Em artigo publicado no The New York Times (7/9/2015),
a colunista Claire Cain Miller narra que, segundo uma pesquisa produzida pela Harvard
Business School, 37% das jovens da geração do milênio, 42% das
quais já casadas, planejam interromper sua carreira para se dedicar mais à
família.
Eis uma novidade conservadora a mais não poder. Não é de agora
que algo está mudando profundamente no comportamento da opinião pública
ocidental.
Parece que as novas gerações estão descobrindo que o matrimônio
deve ser vivido como uma perfeita equipe, onde cada um dos cônjuges cuida de
uma parte das obrigações familiares. Assim, cada um não precisa se preocupar
com as obrigações da outra parte e pode se dedicar com determinação ao que lhe
compete. Estão redescobrindo o óbvio, abandonado pelas gerações anteriores.
Um modismo ultrapassado e ilusório introduziu a falta de amor
verdadeiro na família, criando a desconfiança mútua que induziu incontáveis
famílias a se divorciarem. Divorciando-se vinha a pergunta: como a mulher devia
se manter? E as crianças?
Nasceu a necessidade de ambos os cônjuges se prepararem para ter
autonomia caso a separação viesse, e ela veio cada vez mais. E as crianças?
Foram relegadas às creches ou algo parecido.
Pobres crianças! Entregues a zeladoras organizadas para
administrar a população infantil como um rebanho e não com o desvelo materno
exclusivo (que muitas monitoras de crianças nem tem). Longe do lar, de quem as
crianças vão receber aquela matriz de bondade e dedicação heroicas que só as mães
podem proporcionar? Onde haurir aquele desinteresse, aquela generosidade e
aquele amor vinte e quatro horas por dia? O que a mãe proporciona, a “tia”
jamais conseguirá igualar.
E quem vai preencher para a criança o papel que só o pai pode
preencher? Quem é, para a criança, o herói? Quem é o protetor natural, quem
representa para os filhos o forte, o corajoso, o decidido, o invencível?
Vivendo e se formando dentro do rebanho de uma creche, os filhos não terão esse
herói do bem, esse modelo de virtudes que é o complemento ideal da mãe.
Pai e mãe em conjunto são os únicos que podem proporcionar as
virtudes indispensáveis para sufocar certos males sociais como a criminalidade,
a droga, a imoralidade etc., pois só com o caráter adquirido numa família
verdadeira os futuros brasileiros e brasileiras sobrepujarão a terrível
destruição ocasionada pela revolução cultural. Os fatos pululam nos jornais
todos os dias confirmando esta afirmação.
Evidentemente cabe à Igreja a parte necessária de uma real
formação religiosa e moral para que a benção de Deus seja abundante nas
famílias. Embora a Igreja seja hoje a grande derrotada, pois a liquidação das
famílias, a imoralidade, as drogas etc., são do campo religioso e moral que
estão, por ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, a cargo dela. Mas esta não é
matéria para este artigo.
A verdade inegável é que o divórcio não foi o termino da
destruição da família – Um abismo atrai outro abismo, dizem as escrituras – mas
ele se generalizou de tal maneira que a família está quase extinta dando lugar
à tentativa, por parte de inimigos de Deus, de eliminar até a ideia de família
criada por Ele. Atribui-se a classificação de família a qualquer união estável
entre homens ou entre mulheres. Daqui a pouco, por que não, até entre seres humanos
e animais etc.
Por brevidade faço apenas referência à esdruxula Ideologia
de Gênero, que é uma visão do ser humano e da família tão contrária
à ordem natural que tem como pressuposto o enlouquecimento das pessoas para
tornar-se realidade. Teoria esta que vai sendo, mesmo contra a lei, aplicada em
várias escolas sob o olhar pusilânime de autoridades civis e religiosas.
Mais ainda. Hoje em dia nada se encontra mais débil do que a
família. E nada necessita mais de um socorro e de um soerguimento urgentíssimo
do que a família. Neste sentido causou imensa perplexidade em muitas pessoas,
até do alto clero, o inexplicável Motu Próprio do Papa Francisco facilitando ainda
mais o desmanche das famílias. Foi um verdadeiro tiro de misericórdia na
sagrada instituição da família. A situação clama exatamente pelo oposto, por
uma reeducação religiosa e moral tendo em vista o sólido soerguimento da
família. Ficamos atônitos…
O que nos consola e enche de esperança é que, conforme
mencionamos no primeiro parágrafo, a geração do milênio está esboçando a “volta
à casa paterna”. E se tal movimento for motivado interiormente por Nossa
Senhora a vitória está garantida. É o que esperamos.
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