segunda-feira, 20 de julho de 2009

Igreja da Boa Morte, Céu e Inferno

Foi reinaugurada a igreja de Nossa Senhora da Boa Morte que fica na esquina da Rua do Carmo com a Rua Tabatingüera, próxima à Praça da Sé. Que bom!
Desde 1810 a pequena igreja recebe as preces aflitas dos católicos com seus mais variados problemas. Ó maravilha da misericórdia de Deus!
Aliás, tudo o que diz respeito à preservação e restauração de igrejas antigas me parece sumamente simpático. Vejo nisso uma santa reação – que pode na ser explícita mas em todo caso existe - ao espírito progressista, tão empenhado em desprezar a tradição e substituir ambientes sagrados, carregados de imponderáveis e bênçãos, por imóveis modernosos totalmente vazios de imponderáveis e de unção.
Nada mais sem graça para a alma do que uma igreja sem adornos, sem imagens bonitas, sem ouro e sem maravilhoso sacro.
Logicamente, alegrou-me a profusão de notícias na mídia sobre o auspicioso fato.
Mas algo me deixa apreensivo...
Nos tempos antigos, os condenados à morte se detinham ali para uma última prece antes de sofrerem a pena capital. Evidentemente havia muito mais Fé do que hoje, e mesmo os pobres criminosos desejavam, embora não tivessem vivido bem, pelo menos morrer bem. Era o tempo em que se temia a Deus e o inferno eterno.
Isso nos leva a compreender o que a reinauguração dessa igreja tem de maior importância:
É o fato da igreja ser dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte.
A explicação vem do fato de Nossa Senhora ter tido uma morte tão santa e suave que a Igreja prefere expressar como a "dormição" de Nossa Senhora.
Ora, no fundo, é para todos nós católicos termos uma boa morte que existe a Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

O momento mais importante de nossa existência é a hora da morte; pois é na hora em que morrermos que Nosso Senhor Jesus Cristo nos julgará e nos dará uma sentença eterna.
Em que termos Ele nos julgará a todos e a cada um?
- Seremos julgados em função dos 10 Mandamentos, que é a Lei de Deus, e da qual Ele disse que não será subtraído nenhum jota.
Nesse momento a vida nos terá parecido curtíssima!
Se não tivermos vivido como devemos, sentiremos o efêmero e a ilusão de tudo a que nos apegamos e nos dedicamos indevidamente. Como gostaríamos, então, de estar com o crédito muito mais elevado junto ao divino Juíz...
Nessa hora nos daremos conta que a única moeda que tem valor na eternidade é a virtude, ou seja, a nossa luta empreendida por amor de Deus e para a glória dEle.
Se recusarmos a Deus o nosso amor e serviço, seremos condenados ao inferno.

Se, entretanto, soubermos amar a Deus sobre todas as coisas e praticar os Seus preceitos; se soubermos viver as virtudes com intenção de nos santificar, iremos para o Céu.

Minha pergunta cheia de incertezas é:
Será que, nas atividades desempenhadas nessa bela igreja, este aspecto tão central vai ser considerado com a importância que tem? Muito mais valioso do que todo atendimento material que eventualmente poderá ali ser dispensado?
A boa morte é o contrário da morte má. Se não houvesse o risco da condenação eterna qualquer morte seria, em tese, boa. Pelo menos não seria má...
Que essa igreja fundada com tão elevado objetivo – e que vai estar aberta 24 horas por dia – ajude ao maior número possível de católicos a alcançarem uma boa morte e assim a se salvarem eternamente para a maior glória de Deus.
Lembro que a Irmã Lúcia, narra em suas memórias, que em 13 de julho de 1917, quando Nossa Senhora lhe mostrou o inferno (e também aos dois primos bem aventurados), viu os pecadores caírem nele como as folhas caem das árvores nos invernos europeus. Isso há quase 100 anos atrás! Quando nem se falava em divórcio, em aborto, em aberrações morais de todo gênero etc.
Essas simples considerações fazem brotar uma conclusão: quão especial é a função da igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e quanto bem ela poderá fazer nestes dias onde o rebanho católico vive tão distante dos Mandamentos!