segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Chapéu ainda sobrevive...

Em épocas diversas, o chapéu tornou-se um símbolo da dignidade de quem o portava; em nossos dias ele ainda sobrevive, remetendo para uma visão da antiga cortesia

Nelson Ribeiro Fragelli


S
e não chega a surpreender, certamente é uma visão, cuja percepção desperta a atenção adormecida em meio às pessoas e aos ambientes padronizados de nossos dias. O olhar se detém, ainda que passageiramente, e a este olhar os espíritos se dividem. Ainda que por um momento apenas as concepções sociais irrompem. As ideologias se abrasam. Veloz como um relâmpago — mesmo que esta movimentação interior se passe, o mais das vezes, em silêncio — as mentalidades são sacudidas pelo estímulo daquela visão. Ideologias e concepções sociais saltam em direção, não só de uma Weltanschauung (“visão de mundo”), mas até mesmo rumo a uma posição política: direita ou esquerda?

Esta visão é a de um homem ou de uma mulher portando chapéu nas movimentadas ruas de nossas megalópoles. O chapéu sobrevive como um sinal de distinção social. Ele oferece uma visão da antiga cortesia que gravitava em torno da dignidade da pessoa humana. Em se tratando do porte de chapéu, talvez não se devesse falar nos atuais dias em homem e mulher, mas em cavalheiro e dama.

Será razoável achar que o chapéu desperta — mesmo quando não se fixa a atenção nele — tantos movimentos de alma? Convido o leitor a fazer a experiência. Pergunte discretamente aos conhecidos e amigos, quando virem alguém portando chapéu, atravessando o Viaduto do Chá ou em passeio num fim de tarde em Copacabana. Ouça as opiniões. Discretamente as anote. Elas revelarão que estas considerações não estão longe da realidade.

* * *


A primeira objeção formulada contra o porte do chapéu neste segundo decênio do século XXI é tão banal que contra ela hesita-se em esgrimir. Os leitores de Catolicismo — conhecedores, portanto, de nossas posições contra-revolucionárias — dariam a ela fácil resposta. Vale a pena, entretanto, analisar a raiz de sua banalidade. Frequentemente a banalidade é a máscara usada por uma inconfessável e ferrenha oposição. O chapéu, diz esta objeção, tinha no início do gênero humano a finalidade de proteger a cabeça contra as intempéries, mas com o progresso essa finalidade se perdeu. Na cidade ou no campo, a tal ponto a modernidade criou meios tão mais eficazes para agasalhar a parte superior do corpo que o chapéu perdeu sua utilidade. Logo, portá-lo hoje seria dar mostra de atraso cultural ou de apego a uma moda irracional. Esta é a oposição feita pelos assim chamados espíritos práticos e funcionais ao atual uso do chapéu.

Esses espíritos não querem considerar que a cabeça é a parte mais nobre do corpo. Nela residem as faculdades que mais levam à cognição intelectual e, portanto, aquelas que mais influenciam a formação espiritual. A cabeça foi posta pelo Criador no alto do corpo, de onde ela comunica sua dignidade, através dos séculos, à indumentária que a protege, assim como a dignidade do rei se transmite a seus próximos servidores. Diferentes épocas em países diversos conferiram ao chapéu formas, dimensões, cores e adornos indicativos da dignidade de quem o portava. Essa indumentária tornou-se, pois, um símbolo. Desse símbolo o chapéu, tal como hoje existe, é um depauperado, mas digno herdeiro, sustentado pelo bom gosto de muitos que não permitem seu desaparecimento. Ele é apenas uma exterioridade. Mas, conforme Plinio Corrêa de Oliveira, uma “exterioridade que revela, através dos sentidos, uma essência misteriosa, recôndita, de caráter simbólico, nela existente”.

Winston Churchill

De que adianta à conduta de cada um a procura desses símbolos? Os observadores mais penetrantes da personalidade de Winston Churchill diziam que “ele via, nos seres e nas situações, símbolos fora do tempo que encarnam princípios eternos e brilhantes”. Esses mesmos princípios lhe deram força nas horas trágicas da luta contra o hitlerismo, sustentando-a quando tinha como recompensa apenas“sangue, suor e lágrimas”.

* * *

Assim como o barrete é portado pelo sacerdote para exprimir a misteriosa virtude do mediador entre Deus e os homens, o chapéu, portado com dignidade, evoca gestos e atitudes integrantes de uma verdadeira liturgia social, necessária aos atos humanos numa sociedade cristã. Num e noutro, no barrete e no chapéu, o católico deve “procurar algo que não é seu aspecto prático — algo que os espíritos que adoram o prático e a vida terrena chamarão de ‘coisa inútil’ —, ele deve procurar princípios que dão o sentido da vida e preparam a alma para o Céu” (Plinio Corrêa de Oliveira).

domingo, 14 de agosto de 2011

A nossa travessia da vida e a santidade

Uma das incontáveis qualidades com a qual Plinio Corrêa de Oliveira encantava seus ouvintes era a capacidade extraordinária de relacionar as coisas da vida com uma realidade superior.

Nada mais aprazível para as pessoas que sabem elevar sua alma e planar nos horizontes mais elevados do que interpretar as “mensagens” com as quais Deus inundou o mundo criado por Ele.

Numa tentativa de imitar, sem a menor pretensão de me equiparar, a grande Águia do Espírito que foi Plinio Corrêa de Oliveira, arrisco um comentário sobre o segundo clipe abaixo, que me dessedentou a alma como, num dia de forte calor, faz um bom copo de água fresca e cristalina.

A maneira como o navio, literalmente, fura as ondas e as vence, uma após a outra, se parece com a travessia da vida na qual estamos todos engajados.

Cada um de nós conduz o seu barco – sua alma – na tentativa de vencer as tempestades e as agruras incontáveis que aparecem à nossa frente. Quem chegará ao porto sem naufragar?

A sensação de tristeza que dá o afundamento de um navio, lembra uma alma que se entregou aos vícios e pecados, abandonou a luta da vida e naufragou aos olhos de Deus.

Porém, contemplando o navio na tempestade – no clipe abaixo - podemos fazer uma analogia entre o seu calado e os princípios mais firmes, inegociáveis, que furam mais impetuosamente o ataque das águas.

A proa, parte mais elevada reflete a altaneria com a qual a pessoa enfrenta e desafia as ondas da vida, por vezes mais altas do que o próprio navio; tem algo que lembra o cavaleiro com a lança em riste.

O corpo do navio simboliza a estrutura moral da alma fiel, intransigente consigo mesma e com as seduções do mundo, segura de suas convicções, inabalável diante dos ataques continuados que a vida traz consigo.

Por fim há a ponte, local onde está o timão e onde opera o capitão, a qual poderíamos comparar à Fé, que está na parte mais alta da alma, que inspira o rumo certo por cima da tempestade e que garante ao navio não virar de lado para que não se torne vulnerável ao ataque das ondas evitando o seu afundamento.

A luta contra as ondas é cheia e risco sem o qual não haveria glória em vencer. É precisamente o risco imenso que torna a cena tão admirável.

O navio que atravessa todas as tempestades e todas as ondas gigantescas e chega ao porto vitorioso, simboliza o maior dos êxitos a ser colhido no final da vida, a santidade. Fruto que só se colhe com a ajuda do sobrenatural proporcionada pelo próprio Deus por meio e Maria Santíssima.

Para isso todos nós nascemos, e é o que Deus mais quer de nós.

Peçamos a Ele por meio de Nossa Senhora as graças necessária para vencermos essa travessia da vida. Sobretudo neste mundo tão cheio de insídias e tão mais difícil de não naufragar.

Isso é realização. O resto é ilusão e aflição de espírito.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Normal, malandro ou debochado? Veja o boné...

Como é a mentalidade de quem usa boné? Interpretemos o "código de expressão humana" atual.

Andando pela rua é preciso estar preparado para ver as coisas mais incríveis, especialmente com relação ao vestuário. Para ser franco, sinto a impressão de que o mundo se compara a um manicômio “virado ao avesso”. Em outras palavras, parece que a maioria solta está aderindo voluntariamente à loucura e uma minoria psicologicamente confinada procura resistir tenazmente a ela.

Voltada para a frente, a aba do boné estaria no seu natural, uma vez que sua função é evitar a incidência do sol na face. É lógico, é o normal. Porém, apenas uma minoria o utiliza dessa maneira.

Voltada para trás, reflete uma intenção de ser visto de modo extravagante e malandro. A decorrência lógica dessa maneira de se apresentar é mostrar que não se deve ter nenhum esmero nem arrumação para se apresentar em público. Vai de qualquer jeito porque, afinal, a vida deve ser levada da maneira mais espontânea possível, sem regras, sem maneiras, sem beleza e até contra a lógica como acontece na foto abaixo.

Voltada para o lado, à, digamos, Ronald Golias, expressa uma aversão à seriedade, à dignidade, um espirito brincalhão, sem a menor consideração das consequências dos atos praticados. É o debochado.

Não estou afirmando que cada pessoa que utilize boné conforme a segunda ou terceira maneira corresponda exatamente ao perfil que procurei explicitar. Nestes casos, entretanto, é inegável que os usuários estarão numa contradição entre sua mentalidade e a maneira de se apresentar. O que também é ilógico.

Qualquer adereço que uma pessoa aplica sobre si, reflete sua mentalidade. Portanto é preciso termos cuidado e avaliarmos bem antes de adotar qualquer coisa sobre nós. Sem ceder às imposições artificiais e, muitas vezes, loucas, da moda e do ambiente. Isso sim é se livre, um direito humano realmente importante, o de ser normal.

Até lá chegamos.

Que saudades do tempo em que os homens sabiam ser dignos, sabiam se respeitar a si próprios.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Lágrimas, milagroso aviso (cada vez mais premente)

Ofereço ao leitor e à leitora a artigo com pequenos cortes de aspectos próprios para aquela data.

No final está uma surpresa...

Lágrimas, milagroso aviso

A "Folha de São Paulo" de 21 de julho p.p. publicou recentemente uma fotografia procedente de Nova Orleans, na qual se via uma imagem de Nossa Senhora de Fátima a verter lágrimas. O documento despertou vivo interesse no público paulista. Penso, pois, que algumas informações sobre este assunto satisfarão os justos anelos de muitos leitores.

Não conheço melhor fonte sobre a matéria do que um artigo intitulado, muito americanamente, "As lágrimas da imagem molharam meu dedo". Seu autor é o Pe. Elmo Romagosa. Publicou seu trabalho o "Clarion Herald" de 20 de julho p.p., semanário de Nova Orleans, e distribuído em onze paróquias do Estado de Louisiana.

Os antecedentes do fato são universalmente conhecidos. No ano de 1917, Lúcia, Jacinta e Francisco tiveram várias visões de Nossa Senhora em Fátima. A autenticidade dessas visões foi confirmada por vários prodígios no sol, atestados por toda uma multidão reunida enquanto a Virgem se manifestava às três crianças.

Em termos genéricos, Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava profundamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens. Se estes não se emendassem, viria um terrível castigo, que faria desaparecer várias nações. A Rússia difundiria seus erros por toda parte. O Santo Padre teria muito que sofrer.

O castigo só seria obviado se os homens se convertessem, se fossem consagrados a Rússia e o mundo ao Imaculado Coração de Maria e se fizesse a comunhão reparadora do primeiro sábado de cada mês.

* * *

Isto posto, a pergunta que naturalmente salta ao espírito é se os pedidos foram atendidos.

Pio XII fez em 1942, uma consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. A irmã Lúcia asseverou que ao ato faltaram algumas das características indicadas por Nossa Senhora. Não pretendo analisar aqui o complexo assunto. Registro apenas, de passagem, que é discutível se o primeiro pedido de Nossa Senhora foi atendido ou não.

Quanto ao segundo pedido, isto é, a conversão da humanidade, é tão óbvio que não foi atendido, que me dispenso de entrar em pormenores.

Como Nossa Senhora estabeleceu o atendimento de seus pedidos, como condição para que fossem desviados os flagelos apocalípticos por Ela previstos, está na lógica das coisas que baixe sobre a humanidade a cólera vingativa e purificadora de Deus, antes de vir a nós a conversão dos homens e a instauração do Reino de Maria.

* * *

Sob a direção imediata da Irmã Lúcia, a última vidente há poucos anos falecida, um artista esculpiu duas imagens, que correspondem o quanto possível aos traços fisionômicos com que a Santíssima Virgem apareceu em Fátima. Ambas essas imagens, chamadas "peregrinas", têm percorrido o mundo, conduzidas por sacerdotes e leigos. Uma delas foi levada recentemente a Nova Orleans. E ali verteu lágrimas.

O Pe. Romagosa, autor da crônica a que me referi, tinha ouvido falar dessas lacrimações pelo Pe. Joseph Breault, M. A. P., ao qual está confiada a condução da imagem. Entretanto, sentia ele funda relutância em admitir o milagre. Por isto, pediu ao outro sacerdote que o avisasse assim que o fenômeno começasse a se produzir.

O Pe. Breault, notando alguma umidade nos olhos da Virgem peregrina no dia 17 de julho, telefonou ao Pe. Romagosa, o qual acorreu junto à imagem às 21h30, trazendo fotógrafos e jornalistas. De fato, notaram todos alguma umidade nos olhos da imagem, que foi logo fotografada. O Pe. Romagosa passou então o dedo pela superfície úmida, e recolheu assim uma gota de líquido, que também foi

fotografada. Segundo o Pe. Breault, esta era a 13a. lacrimação a que ele assistia.

As 6:l5h da manhã seguinte, o Pe. Breault telefonou novamente ao Pe. Romagosa informando-o de que desde as 4 horas da manhã a imagem chorava. O Pe. Romagosa chegou pouco depois ao local, onde, diz ele, "vi uma abundância de líquido nos olhos da imagem, e uma gota grande de líquido na ponta do nariz da mesma". Foi essa gota, tão graciosamente pendente, que a fotografia divulgada pelos jornais mostrou a nosso público.

O Pe. Romagosa acrescenta que vira "um movimento do líquido enquanto surgia lentamente da pálpebra inferior".

Mas ele queria eliminar dúvidas. Notara que a imagem tinha uma coroa fixada na cabeça por uma haste metálica. Ocorreu-lhe uma pergunta:

Não haveria sido introduzida, no orifício em que penetrava a haste, certa porção de líquido que depois escorrera até os olhos?

Cessado o pranto, o Pe. Romagosa retirou a coroa da cabeça da imagem: a haste metálica estava inteiramente seca. Introduziu ele, então, no orifício respectivo, um arame revestido de papel especial, que absorveria forçosamente todo líquido que ali estivesse. Mas o papel saiu absolutamente seco.

Ainda não satisfeito com tal experiência, introduziu no orifício certa quantidade de líquido. Sem embargo, os olhos se conservaram absolutamente secos. O Pe. Romagosa voltou então a imagem para o solo: todo o líquido colocado no orifício escorreu normalmente. Estava cabalmente provado que do orifício da cabeça - único existente na imagem - nenhuma filtração de líquido para os olhos, seria possível.

O Pe. Romagosa ajoelhou-se. Enfim ele acreditara.

O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de afeto terníssimo, lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá.

Virá para os homens do século XX, se não renunciarem à impiedade e à corrupção. Se não lutarem especialmente contra a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás, que no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado.

Ainda é tempo, pois, de sustar o castigo, leitor, leitora!

* * *

Mas, dirá alguém, esta não é uma meditação própria para um ameno domingo.

Não é preferível - pergunto - ler hoje este artigo sobre a suave manifestação da profética melancolia de nossa Mãe, a suportar os dias de amargura trágica que, a não nos emendarmos, terão que vir?

Se vierem, tenho por lógico que haverá neles, pelo menos, uma misericórdia especial para os que, em sua vida pessoal, tenham tomado a sério o milagroso aviso de Maria.

É para que minhas leitoras, meus leitores, se beneficiem dessa misericórdia, que lhes ofereço o presente artigo...

E para que os leitores deste blog se beneficiem dessa celestial fisionomia, convido a todos para venerarem a Imagem de Nossa Senhora à qual se refere Dr. Plinio, que estará sendo publicamente homenageada, inclusive com a Santa Missa tradicional, na igreja de São Felipe Nery, no Parque São Lucas, em São Paulo, no próximo domingo a partir das 14hs até o final da Missa que começará às 16:30hs.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tênis X Sapatos, uma guerra sem sangue, mas de graves consequências

O tênis, conforme o próprio nome, nasceu para se jogar tênis.

Suas características favoreciam idealmente os movimentos daquele esporte, mas traziam subprodutos que conquistaram a adesão de muitas pessoas não tenistas: Eram cômodos, leves, flexíveis, facilmente modelados pelos pés dos usuários etc.

Esses aspectos fizeram com que o uso do tênis se espalhasse para outras práticas esportivas e não tardou para ele ganhar um outro plano da vida: o lazer e a informalidade.

Estar de tênis é mais agradável do que de sapatos.

Vivemos num mundo onde a busca do prazer, em todos os seus aspectos, é um dogma. Por isso, a facilitação de todos os aspectos da vida é uma regra que não vacila em aderir a tudo quanto há de mais agradável, macio, gostoso.

É evidente que, por essa tendência, vai sendo corroído um dos valores fundamentais da vida, a dignidade.

Pessoas que usam o tênis para tudo, fazem da sua vida uma espécie de esporte e são convidados a não considera-la com todo grau de seriedade e respeito que ela merece.

Some-se ainda o fato de existirem determinados modelos de tênis que são grotescos. Quando observados com atenção trazem à mente a lembrança das patas de bichos pré-históricos.

Imagine o leitor que vai entrando a moda dos padrinhos de casamento usarem tênis com terno durante o ritual. Evidentemente, uma coisa extravagante, carregada de informalidade, que concorre para diminuir a elevação e a beleza do importante compromisso que está sendo realizado.

O auge da falta de dignidade são padres que celebram missa de tênis. Existem!

Já as situações comuns da vida, uma vez que a vida é uma luta, exigem que a pessoa se respeite e respeito os outros. No fundo, é a necessidade da dignidade para valorizar as pessoas.

Neste sentido, a superioridade do uso do sapato nas relações humanas, é evidente.

Será que o tênis acabará por vencer definitivamente o sapato?

A maneira da pessoa se apresentar é a expressão que ela quer passar de si mesma. Infelizmente vemos a dignidade se extinguir na maneira como as pessoas se apresentam. Na maioria dos casos pelo excesso de informalidade.

Sem dignidade a luta da vida diminui seu valor e a tendência é baixar o nível de todas as relações humanas.

Este é um direito fundamental da pessoa humana, uma vez que somos reflexos de Deus, dignidade infinita. Contudo os defensores dos famigerados direitos humanos não se preocupam com isso.

Realmente é uma guerra sem sangue, mas de graves consequências.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Castelo de Bragança: uma “relíquia” do futuro

Juntamente com as catedrais medievais, os castelos são o maior alvo do turismo europeu.

O que têm os castelos que atrai tanto?

Não existe conto de fada sem castelo. Nunca ouvi dizer de um conto de fada ocorrido no palácio do Planalto, por exemplo.

Que relação há entre a fada delicada de porcelana e o rude castelo? Não é o objeto desta análise. O tema do artigo é outro.

A foto do castelo de Bragança, acima, nada mais é do que a vista que se tem a partir da Pousada São Bartolomeu.

O primeiro olhar surpreende agradavelmente pela sensação de força, de solidez, de estabilidade e a conjugação de lindas proporções.

Sua torre de menagem data do século XV; as primeiras muralhas do século XII, portanto está carregado de tradições cada uma mais interessante que a outra.

Notemos que o centro primeiro da cidade incluindo casas – desde séculos habitadas por proprietários particulares – e a Igreja de Santa Maria, é abraçado pela proteção das muralhas.

Quantas considerações fazem brotar no espírito esta relação.

A igreja faz lembrar, para usar uma metáfora de Nosso Senhor, uma galinha acolhendo seus pintainhos, que são as casas.

É Ela que, através do clero fiel à sua missão, dá a formação doutrinária e moral, que equilibra as relações sociais, desiguais e harmônicas convém frisar, e prepara as almas para o céu.

Após os atos religiosos, por suas portas saem nobres e plebeus.

Saem moças castas e sérias que serão futuras mães de famílias indissolúveis.

Saem matriarcas com sua longa experiência em “talhar” o caráter de filhos sempre legítimos.

Saem jovens capazes de qualquer tipo de atuação - religiosa, militar, administrativa -, sempre dispostos a lutar como heróis no alto daquelas muralhas míticas defendendo a cidade.

Saem ainda homens maduros e anciãos com uma larga quota de dedicação ao seu Senhor e à Igreja.

Quanto à nobreza, tem sua posição de mando, de governo, da justiça, do imposto do sangue – imposto de defender o povo e o País nas guerras em qualquer hipótese. Está representada pela grande torre e pelas muralhas.

É fato que da Civilização Católica saíram os maiores homens da história.

Organizada assim a sociedade, e só assim, ela é realmente viva e se prolonga luminosamente no tempo; gera a tradição.

O oposto disso é representado por um aspecto de uma cidade moderna. Tudo é planejado artificialmente, a ideia de religião e de nobreza estão ausentes. Reina o anonimato socialista, o igualitarismo “standartizante”, recheiam as casas famílias desfeitas, uniões ilícitas, a preocupação exclusiva com o ganhar dinheiro e sentir prazer.

O estilo de vida moderno não é vida. Amanhã mesmo se realizará a Marcha das Vadias (recuso-me empregar a palavra que está sendo usada), na Praça dos ciclistas em São Paulo. É um símbolo...

O mundo moderno é um defunto em avançado estado de decomposição. Prova disso é o movimento ecologista, ponta de lança da post modernidade, que deseja lançar tomo mundo na selva, sem Deus, sem maneiras, sem dignidade no trajar, sem saber se comportar, sem conteúdo no falar, nus e sujos – conforme várias amostras que já pululam por todos os lados.

Por mais incrível que pareça, no futuro, é para algo regido pelos princípios representados em Bragança que caminhamos.

Digo como Plinio Corrêa de Oliveria me ensinou: “O mundo caminha para o Reino de Maria!”

É certíssimo. Foi Nossa Senhora mesma que profetizou em Fátima.

Profecia que transforma em decrepitude tudo o que está fora da organicidade, da lei natural e dos Mandamentos.

E promove a “saudades” do futuro tudo o que as sãs tradições formaram durante séculos.

Com uma diferença.

O Reino de Maria será muitíssimo superior a tudo quanto houve no passado. Doa a quem doer.

Alegria para os que esperam uma imensa virada.

domingo, 8 de maio de 2011

O "sonho" que fez o mundo parar... e o pesadelo!

Á maneira de um belo fogo de artifício que se consome sob o olhar extasiado do público e cujo brilho no céu ainda durará alguns meses antes de se apagar por completo, é o casamento do Príncipe Williams com Kate Middlenton. O mundo inteiro parou para assistir em tempo real o esplendoroso evento.

Evidentemente a atração da Opinião Pública se deve à conjugação de dois aspectos: O futuro herdeiro do trono britânico, uma das monarquias mais brilhantes no mundo atual, está concernido. Outro aspecto é a cerimônia ser um casamento, talvez a cerimônia temporal que mais atrai as pessoas em todo o mundo.

A modernidade quis a todo custo tornar “chic” a igualdade e o democratismo, empreendendo esforços gigantescos para a Opinião Pública se antipatizar com a nobreza. O mais característico foi o oferecimento de atrizes, sensualíssimas, de pouca substância, para preencherem um vazio que a ausência da nobreza deixou. As atrizes, contudo, embora bonitas não preencheram o “sonho” que só a nobreza é capaz de preencher.

Porém, quando ocorre um evento como este, percebe-se que uma imensa gama da Opinião Pública está ávida da nobreza. Deseja humildemente que haja autênticos superiores que a liderem enquanto modelo de elevação, requinte, brilho etc. Países órfãos de rei e rainha levam seus elementos a preencherem o vazio adotando no coração os nobres de outras Nações. Como acontece com relação à monarquia inglesa.

Outro aspecto da atraente beleza do evento é a realização do casamento. Dessa união poderão nascer sucessores do trono. Portanto o pacto é muito sério e deve ser para toda vida.

É publico e notório que o Príncipe Charles provocou uma imensa decepção ao se separar da Princesa Diana. Casou-se com uma indiscutível personagem de “sonho” e depois transformou o “sonho” em pesadelo separando-se da Diane. Por isso o seu prestígio desabou. Hoje não goza de relevante admiração.

No mais recôndito, a Opinião Pública gostaria que esse casamento jamais se desfizesse, e que o “sonho” ficasse intacto para sempre. A maior prova do amor autêntico entre os cônjuges é a fidelidade inabalável. O que não for isso, torna a cerimônia uma fato ilusório, hipócrita e inautêntico.

A maioria que teve seu casamento desfeito preferiria que o compromisso sagrado tivesse dado certo e não tivesse ocorrido a separação.

Podemos nos perguntar se a própria instituição da família, para uma parcela crescente da Opinião Pública, não está produzindo uma dor interior clamando por sua volta nos moldes capazes de despertar e alimentar “sonhos”.

Neste sentido, o fato do Brasil não estar sendo governado por uma família à sua altura e a despótica atitude do STF equiparando as uniões homoafetivas ao casamento tradicional - em vigor desde o “crescei e multiplicai-vos” do início da criação -, obrigando a imensa maioria da Opinião Pública a engolir totalmente a contra gosto a infâmia, não passa de um pesadelo medonho. O qual, aliás, prepara um futuro contra golpe das proporções de um tsunami a favor do verdadeiro matrimônio e da Monarquia.

Sim, porque o fundo da alma do brasileiro ainda tem importantes aspectos cristãos e Nossa Senhora Aparecida não abandonará o Brasil; estamos convencidos de que após esse período de dura provação Ela o reconduzirá ao sublime papel para o qual está destinado.

sábado, 9 de abril de 2011

Realengo tem solução

Subitamente o órgão começa a tocar a marcha nupcial e as duas grandes portas se abrem. O zunzum cessa, o público que lota a igreja se levanta e volta-se para trás, curioso.

Com que aparência, como estará arranjada a noiva? É a curiosidade geral.

Ela aparece. Busca conter a emoção. Em sua despretensão jamais imaginou o impacto de estar de tal maneira em relevo. Uma toilette de refinado bom gosto, equilibrada e nobre, ilumina sua expressão fisionômica, dando-lhe uma aparência de porcelana. O todo emoldura um olhar que reflete maravilhosamente sua modéstia, sua educação esmerada, seu perfil moral de virgem católica.

O finíssimo e majestoso vestido, cuja alvura simboliza e glorifica sua intacta pureza, obedece a um modelo recatado e digno. Embala um conjunto de virtudes espirituais em possante desabrochar, faz dela naquele momento uma rainha, ainda quando sua condição social não seja nobre.

Está compenetrada de que vai assumir publicamente um compromisso de fidelidade heróica, que nem a ameaça de morte a levará a romper.

Consciente de que ao sair da igreja estará indissoluvelmente ligada ao seu esposo, e que, na presença de Deus, acabou de constituir uma nova família, da qual Deus também fará parte. Ela sabe que, dos filhos que vierem, os pais só formam o corpo; é Deus quem cria a alma — espiritual e imortal — de cada filho e a infunde no próprio ato da concepção. Assim, é no claustro materno que isso se realiza. Neste sentido, na esposa legítima e fiel, esse claustro constitui um verdadeiro lugar sagrado.

Por isso, ela quer seriamente dar esse passo para ter os filhos que Deus quiser lhe enviar, e considera uma honra cada vez que Deus assim o determine.

Por seu lado, o noivo compartilha dos mesmos princípios e sentimentos.

O sacerdote formaliza a cerimônia, certo de que está nascendo uma família sólida, durável, cheia de fidelidade e honra.

Evidentemente estou descrevendo um casamento antigo, e bem antigo!

Quem pode negar a maravilha de autenticidade, de elevação e de bênçãos que cobriam uma cerimônia nupcial de então?

A soma de tudo isso, sim, tornava proporcional que todos homenageassem o casal, usando trajes bonitos e manifestativos das mesmas características de virtude. Que a igreja estivesse ricamente engalanada, que os melhores músicos tocassem e os melhores corais cantassem, que o automóvel fosse especialmente solene, que houvesse um belo e apetitoso banquete etc.

Afinal algo de imensamente grande estava acontecendo: estava nascendo uma família católica!

Estava nascendo uma família que era um alicerce firme da sociedade brasileira, uma garantia de futuro para a nação, cujos membros multiplicariam os bons exemplos morais, religiosos e de atuação profissional.

Contudo as coisas já não são mais assim, infelizmente...

Chegamos a um estado de coisas em que os casamentos em sua grande maioria são efêmeros, rompem-se com a maior facilidade. Virou moda as mulheres serem comunitárias e descartáveis, como também os homens.

Estamos presenciando o fim da fidelidade, da honra e, portanto, do verdadeiro amor. Entende-se agora por amor uma paixão de novela que se apaga como quem apaga uma chama de fogão.

Graças a programas de TV, às modas desqualificadas, aos cafajestismos que se transformam em normas de vida, busca-se amor onde não há valores autênticos; na escassez dos filhos, animais substituem pessoas, o convívio familiar está virando coisa rara.

O mundo moderno praticamente matou a família.

Esta é a real explicação para fatos como o inominável assassinato de alunos ocorrido em Realengo, no Rio de Janeiro.

Nossa sociedade engendra pessoas assim. Esta é a triste realidade. Poucos atingirão esse extremo, mas um número crescente está a caminho, e alguns acabarão chegando até lá.

Para quem vê a realidade sob este prisma, causa indignação aparecerem propostas de soluções hipócritas como tirar as armas das pessoas de bem, para que não ocorram mais assassinatos. Tão hipócrita quanto pretender acabar com a AIDS propagando o uso dos preservativos, que propiciam a infidelidade e a fornicação.

É preciso mudar as pessoas, mudar seu comportamento; em uma palavra, é preciso conversão a Deus.

Que coerência há em chorar a morte dessas crianças e, por exemplo, ser favorável ao aborto, ele mesmo um assassinato?

Regenere-se a família católica, prestigie-se a virtude, formem-se sacerdotes dignos de sua missão, promova-se o verdadeiro amor de Deus e a observância de seus Mandamentos, que esses males se resolverão.

Enquanto isso não for feito, casos como o do Realengo serão inevitáveis.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dos cavalos majestosos às nojentas baratas...

Creio que os leitores deste blog se sentirão um tanto surpresos ao saberem que, num dos castelos mais belos da França, Chambord, reúnem-se pessoas ávidas de reviverem tradições de marcante nobreza e beleza como as fotos abaixo demonstram.

Durante um determinado período, mulheres vivendo autenticamente sua feminilidade, montam belos cavalos à maneira como suas antepassadas fizeram durante séculos.

O estilo de se colocarem sobre o cavalo faz com que o domínio delas sobre o pesado animal não macule em nada sua delicadeza. Ademais, a graça, a leveza, a categoria que lhes são próprias sobressaem pelo uso dos trajes muito próprios das mulheres cujo espírito prevalece habitualmente sobre seus aspectos físicos.

É palpável que o cavalo se transforma num extraordinário pedestal para a sua dignidade de pessoas cultivadas.

O que mais chama a atenção é que este entretenimento exista num contexto que exilou completamente as mulheres das características mais próprias e admiráveis.

Vários fatores conjugados como a moda, a mídia, o igualitarismo ilógico com os homens, a formação estulta de muitas escolas, são algumas das ferramentas que estão atirando gradualmente as mulheres no “calabouço” mais aviltante.

É difícil de crer, mas a Folha de São Paulo traz hoje uma notícia absolutamente indicativa da escravidão negra na qual, em nome de uma hipócrita liberação total, as mulheres estão sendo atiradas.

O zoológico de Nova Yorque sugere que no dia dos namorados o presente a ser dado seja uma barata! Exatamente isso, uma barata! O que há de mais nojento do que uma barata?

A foto fala tanto e tudo, que me abstenho de analisa-la. Limito-me apenas a afirmar que rebaixar uma pessoa até o nível dos bueiros de esgotos, que constituem o ambiente próprio desses bichos, é o cúmulo da degradação.

Esse é o prêmio pela renúncia dos valores do espírito que o mundo está impondo, ó absurdo, em nome de uma total liberdade, utópica, hipócrita e escravizadora.

E não é difícil de se intuir quem é o senhor desses escravos ...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mãe, palavra arcáica?

Quando uma criança está nos braços de sua mãe recebe uma série de influências de extrema importância para sua formação.

Ela sente, na profunda calma daquele convívio intimíssimo, que a mãe é feita para ela, a protege, nutre, consola, a inunda de uma sensação de bondade desinteressada acima de todos os limites. Por cima de tudo, quando a mãe é realmente temente a Deus, virtuosa, piedosa, fiel, honrada, a influência de alma a alma aumenta muito de quilate, e todo um padrão de bem parte da mãe e impregna o fruto de seu ser.

À medida que a criança vai crescendo, vão aparecendo nela predisposições para a virtude, a bondade, a justiça. Ela se mostra muito mais moldável pela mãe a qual constitui seu modelo.

Com a modernização de tudo, portanto também do perfil da mãe, a idéia da mãe feita para os filhos vai se extinguindo, aquele extremo de dedicação e de bondade, vai sendo substituído por algo de meramente humano e mais fortuito. A tendência é a mãe moderna buscar muito mais um ideal de sensualidade do que um perfil moral, virtuoso e santo.

Em consequência, as mães atuais, salvo exceções, já não passam mais aquela influência primeira que predispõe os filhos para a virtude.

Infelizmente, aos poucos o verdadeiro sentido da palavra mãe, junto com as palavras honra, dignidade, virtude, vai se tornando arcáico.

Daí noticiários assustadores, crimes incontáveis, cadeias cheias...

Para confirmar esse temor da extinção das autênticas mães, apareceu algo para mim inimaginável! Robôs que embalam crianças no colo! E servem até para crianças bem crescidinhas...

Se a moda pegar, pseudo mães abandonarão até esse hábito multi milenar em prol da sensualidade, do ganhar dinheiro e da masculinização.

Com consequências inimaginavelmente desastrosas.

Sinal dos tempos!