sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Castelo de Bragança: uma “relíquia” do futuro

Juntamente com as catedrais medievais, os castelos são o maior alvo do turismo europeu.

O que têm os castelos que atrai tanto?

Não existe conto de fada sem castelo. Nunca ouvi dizer de um conto de fada ocorrido no palácio do Planalto, por exemplo.

Que relação há entre a fada delicada de porcelana e o rude castelo? Não é o objeto desta análise. O tema do artigo é outro.

A foto do castelo de Bragança, acima, nada mais é do que a vista que se tem a partir da Pousada São Bartolomeu.

O primeiro olhar surpreende agradavelmente pela sensação de força, de solidez, de estabilidade e a conjugação de lindas proporções.

Sua torre de menagem data do século XV; as primeiras muralhas do século XII, portanto está carregado de tradições cada uma mais interessante que a outra.

Notemos que o centro primeiro da cidade incluindo casas – desde séculos habitadas por proprietários particulares – e a Igreja de Santa Maria, é abraçado pela proteção das muralhas.

Quantas considerações fazem brotar no espírito esta relação.

A igreja faz lembrar, para usar uma metáfora de Nosso Senhor, uma galinha acolhendo seus pintainhos, que são as casas.

É Ela que, através do clero fiel à sua missão, dá a formação doutrinária e moral, que equilibra as relações sociais, desiguais e harmônicas convém frisar, e prepara as almas para o céu.

Após os atos religiosos, por suas portas saem nobres e plebeus.

Saem moças castas e sérias que serão futuras mães de famílias indissolúveis.

Saem matriarcas com sua longa experiência em “talhar” o caráter de filhos sempre legítimos.

Saem jovens capazes de qualquer tipo de atuação - religiosa, militar, administrativa -, sempre dispostos a lutar como heróis no alto daquelas muralhas míticas defendendo a cidade.

Saem ainda homens maduros e anciãos com uma larga quota de dedicação ao seu Senhor e à Igreja.

Quanto à nobreza, tem sua posição de mando, de governo, da justiça, do imposto do sangue – imposto de defender o povo e o País nas guerras em qualquer hipótese. Está representada pela grande torre e pelas muralhas.

É fato que da Civilização Católica saíram os maiores homens da história.

Organizada assim a sociedade, e só assim, ela é realmente viva e se prolonga luminosamente no tempo; gera a tradição.

O oposto disso é representado por um aspecto de uma cidade moderna. Tudo é planejado artificialmente, a ideia de religião e de nobreza estão ausentes. Reina o anonimato socialista, o igualitarismo “standartizante”, recheiam as casas famílias desfeitas, uniões ilícitas, a preocupação exclusiva com o ganhar dinheiro e sentir prazer.

O estilo de vida moderno não é vida. Amanhã mesmo se realizará a Marcha das Vadias (recuso-me empregar a palavra que está sendo usada), na Praça dos ciclistas em São Paulo. É um símbolo...

O mundo moderno é um defunto em avançado estado de decomposição. Prova disso é o movimento ecologista, ponta de lança da post modernidade, que deseja lançar tomo mundo na selva, sem Deus, sem maneiras, sem dignidade no trajar, sem saber se comportar, sem conteúdo no falar, nus e sujos – conforme várias amostras que já pululam por todos os lados.

Por mais incrível que pareça, no futuro, é para algo regido pelos princípios representados em Bragança que caminhamos.

Digo como Plinio Corrêa de Oliveria me ensinou: “O mundo caminha para o Reino de Maria!”

É certíssimo. Foi Nossa Senhora mesma que profetizou em Fátima.

Profecia que transforma em decrepitude tudo o que está fora da organicidade, da lei natural e dos Mandamentos.

E promove a “saudades” do futuro tudo o que as sãs tradições formaram durante séculos.

Com uma diferença.

O Reino de Maria será muitíssimo superior a tudo quanto houve no passado. Doa a quem doer.

Alegria para os que esperam uma imensa virada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo artigo. Tomei a liberdade de copia-lo no http://lavrasresiste.blogspot.com.

Euclydes disse...

Maravilhoso. Belíssimo. Nem há como comparar nossas construções modernas que às vezes chega a espelhar o verdadeiro horror. O homem constrói aquilo que pensa.
Parabéns e obrigado por ter escrito tudo isso.

João Paulo de Camargo disse...

O artigo é um poema sacral, uma oração, um ato de confiança em Nossa Senhora; parabéns!