Ladeando num
desses dias a Praça Buenos Aires com suas árvores vistosas e seu verde exuberante, detive-me para prestar atenção no que se
passava dentro de suas grades.
Vi pessoas
correndo mais ou menos rapidamente, conforme o ritmo permitido pelas
respectivas idades, buscando estender a duração de suas vidas. Observei outras
que, distendidas sobre o gramado, ou brincavam com crianças coradas de saúde,
ou simplesmente se relaxavam para neutralizar o estresse.
Especial
animação havia num espaço reservado aos cães de estimação, verdadeira “elite”
cumulada com o xodó mais extremo por seus donos, e cujo número talvez fosse
maior que o das crianças. Vi ainda um ou outro casal de idosos caminhando
lentamente, enquanto escorria o tempo de seu “far-niente” imposto pelos anos.
O imponderável
geral era um ambiente onde todos fruíam uma sensação de estabilidade
inabalável. Tive forte impressão de que ali ninguém estava preocupado com a
sinistra situação para a qual o Brasil vai sendo inescrupulosamente empurrado:
um abismo que o desfigurará por completo, pondo fim à ilusória felicidade de
tantos brasileiros, se a Providência não detiver essa marcha macabra.
De dentro da
agradável omissão ‘avestruzesca’ na qual se encontram, muitos não atentam
para a concomitância com a qual acontecimentos gravíssimos estão ocorrendo ou
em vias de ocorrer. Enumeremos alguns deles.
1º. Apesar de mitigado na Câmara dos Deputados, o
novo Código Florestal que deverá ser sancionado ou vetado por Dilma constitui
um golpe vital na produção agrícola do País, que perderá 43 milhões de hectares
atualmente produtivos. Se for vetado, seu substituto será ainda pior. A mais
robusta força econômica do País está sendo literalmente engessada. – Com que resultados?
2º. Uma PEC
(Proposta de Emenda Constitucional) sobre Trabalho Escravo, a ser votada nos
próximos dias na Câmara dos Deputados, colocará nas mãos do Estado uma
fortíssima ferramenta de desapropriação, adelgaçando o direito de propriedade
dos produtores à proporção de um “fio de linha”. – Com que resultados?
3º. A Rio + 20
vem se revelando uma gigantesca articulação entre a ONU e inúmeros órgãos
governamentais, entidades religiosas e todo tipo de Ongs, visando impor uma
transformação radical, não só na economia, mas em todo o sistema de vida, em
toda a maneira de ser dos civilizados, cuja próxima “evolução” seria voltar à vida
tribal – condição para se salvar o Planeta!!! Balela desmentida por cientistas
sérios e de grande nomeada. Em face da total desfiguração do País que a
investida ambientalista pretende levar a cabo na Rio + 20, esta deveria mudar
de nome e chamar-se Brasil – 500, porquanto
liquidará com todo o nosso passado cristão. – Com que resultados?
E notem que não
enumerei nem a tentativa “esperançosa” da aprovação das
drogas, nem a equiparação do “casamento” homossexual ao tradicional, nem a
implantação de cotas, nem a tão desejada liberação total do aborto etc.
Tudo isso vem
sendo impingido ditatorialmente – ou está em vias de sê-lo – por instâncias que
extrapolando de suas atribuições atuam sem o assentimento da opinião pública, a
qual estão muito longe de representar.
Caso todas
essas “inovações” constassem claramente do programa eleitoral, quais políticos dos
que direta ou indiretamente nos governam teriam sido eleitos?
Dessas
coincidências que não têm explicação, a mesma Praça Buenos Aires sugere, por
incrível que pareça, duas cogitações a quem tenha um pouco de profundidade de
espírito. Para isso, basta deter-se diante das esculturas – muito visíveis e,
sobretudo, simbólicas – que se encontram do lado da Avenida Angélica.
Uma é a de um grande e belo cervo que, atacado por várias feras, vai se vergando majestosamente extenuado, mas sem perder o ânimo. É o símbolo do Brasil cristão, cercado de todos os lados pelos inimigos da Fé, de suas tradições cristãs, da altivez que lhe vem da Cruz que do alto do céu o ilumina, simbolizada pelo Cruzeiro do Sul, que lhe vem de Sua Rainha e Padroeira, Nossa Senhora Aparecida. – A este Brasil, maior país católico do mundo, poderosas forças anticristãs querem eliminar do panorama.
A outra
escultura simboliza algo de igualmente grandioso: um esplêndido leão envolvido
por uma imensa sucuri. Nobre, majestoso, corajoso, ele se debate para libertar-se
da serpente, símbolo do demônio, que o envolve aspirando pela sua morte. Leão
que representa as forças sadias autênticas do País, traídas e semiparalisadas
por fatores os mais inesperados, mas que continuam a fazer todo o possível para
impedir que o Brasil, representado pelo cervo da outra escultura, seja morto
pelas feras que o dominam.
Ofereço aos
leitores a relação simbólica entre as duas esculturas, pedindo-lhes reparar o
seguinte: em ambas situações as vítimas do ataque não dão a impressão de que
vão perecer, mas algo deixa viva a esperança de que algo ajudará o leão a se
livrar, e que este libertará o cervo. Ambas parecem “falar” que isso se dará.
Como será? – Não
sei dizer.
Mas Nossa
Senhora Aparecida sabe...
2 comentários:
Muito interessante seu blog.
Não entendo muito de arte, mas dependendo do que se escreve, quem escreve e como se escreve, fica facil entender uma escultura,por mais obscura que seja.
Gostei de passar por aqui.
Se for possível, adoraria ter um parecer seu no meu humildesinho blog
crisma2012matao.blogspot.com.br
Muito agradável ler as análises que brotam do espírito verdadeiramente católico. Inteligente comparação, brilhante exposição, belas fotos, e tema muito interessante. Concordo 100% com tudo o que o sr. disse.
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