sexta-feira, 13 de junho de 2008

A televisão destruiu incontáveis famílias matando o convívio entre seus membros

A mesa está pronta para um almoço ou um jantar.
A cada conviva correspondem dois pares de talheres para salgado e três peças para a sobremesa. Dois copos equivalem a dizer que a refeição será regada a vinho. Um bonito arranjo central como que ilumina todo o conjunto para o qual os guardanapos de pano, dispostos em leque, fazem o papel de corola. A sensação de limpeza é completa.
Todo o conjunto alia dignidade e qualidade, sem ser propriamente luxuoso, num resultado de inegável bom gosto.
Como é normal, a quem a contempla, a mesa promete um cardápio que não decepcionará o convidado, criando neste uma espectativa agradável que só pode ser favorecida se for agraciada com um bom aperitivo.
Há quem afirme, e parece ter razão, que uma boa mesa tem um papel fundamental nas relações de uma família. É ela que torna convidativa a reunião onde tudo é posto em comum. A elaboração culinária da mãe de família dedicada e amorosa, que aprendeu como alimentar os gostos dos seus, pode dedilhar todo um convívio e torná-lo agradável, entretido e prolongado, colaborando possantemente para a estabilidade da própria união familiar.
Saber tornar interessante unida a vida da família é muito superior a dirigir uma empresa, um avião, um trem, pois favorece a entrada de elementos bons para a sociedade.
A televisão destruiu esse convívio. Ela gerou uma ansiedade que levou muitas famílias a transformarem suas refeições quase em mal necessário. Cada um chegava, ia direto ao fogão, enchia sem nenhum esmero o prato e se apressava em colocar-se frente à televisão sem se importar com o precioso comércio afetivo entre os membros da família que tinha seu precioso momento em torno da mesa.
É evidente que este não é o único fator de união da família, mas é um possante fator. Hoje é comum, para comerem em comum, na melhor das hipóteses, saírem todos para comer em restaurantes onde, cada vez mais, as pessoas não pedem propriamente pratos pelo valor da culinária, mas em razão das substâncias segundo suas propriedades curativas ou preventivas.
Na realidade as refeições deixaram, em um número incontável de famílias, de ter aquele aspecto tão fundamental no convívio. Quem sabe se este não é um dos motivos pelos quais as famílias se desafazem como castelos na areia?

Abaixo um quadro muito pitoresco que sugere uma boa conversa sobre o convívio familiar popular. Quanta vida, quanto pitoresco, quanta alegria de viver. Dias sem graça os nossos... Felizmente Nossa Senhora anunciou o triunfo do Seu Imaculado Coração, portanto o retorno desses valores mas muito mais elevados.





2 comentários:

Prof. Carlos Rosa disse...

Essa matéria é primorosa!! Apresenta uma verdade pouco percebida no quotidiano.
Estou casado há pouco tempo (2,5 anos) e nesse periodo minha esposa instituiu o costume de fazer as refeições à mesa, com isso observei que passei a saborear melhor as refeições, adquirindo inclusive o bom habito de saborear um bom vinho.
A refeição à mesa, mais que o alimento traz o convívio familiar, é uma oportunidade para se ouvir e resolver as questõesmais prementes do dia e para se externar carinho.
Estou feliz, pois minha familia acaba de crescer, e com a graça de Deus, muito em breve teremos mais um membro a compartilhar de nossas refeições.

Anônimo disse...

Gostei de tudo na gravura, especialmente do cavalinho intrometido!